A Herança Becker é um dos quadrinhos que eu estava mais interessado em ler dentre os lançamentos da CCXP simplesmente porque é mais uma publicação dos gêmeos Marcelo e Magno Costa.
Eu elogiei bastante os dois quando falei sobre o Capitão Feio que eles fizeram para o projeto de Graphics do MSP.
Mas pra mim sempre a grande HQ deles continua sendo A Vida de Jonas, se você não conhece, já antes de mais nada vai atrás porque não tem como se arrepender.
E, pra mim, uma das razões da grandeza de A Vida de Jonas é justamente o desenho do Magno Costa.
O Marcelo que não leve a mal, a desenho dele é espetacular também, vide Capitão Feio, e pra mim é um completo mistério o fato de ele não ser o desenhista de um grande título de uma Marvel ou DC da vida.
Mas, para essas histórias mais autorais, mais singelas, calcadas em emoção e não no espetáculo, um desenho mais “esquisito” como o do Magno, é bem mais interessante, porque o estilo dele agrega muito ao clima da história.
Tem gente que reclama de desenho que foge do padrão, mas tem uma diferença entre o cara que tem estilo e técnica e o cara que só tem estilo.
O desenho do Magno tem um estilo bem particular, sustentado com muita técnica, não só de desenho mas de narrativa, e isso transparece porque mesmo sem ler texto nenhum, só ao folhear a HQ você já tem uma noção do clima da história.
A caricaturização dos personagens já adianta a personalidade de cada um.
Você olha para cada formato de cada um dos irmãos Becker e você lê de cara uma série de características que o narrador não precisa depois ficar falando: fulano é assim e por isso faz isso. Você acompanha a história e os atos e decisões dos personagens já são fato dado, você sabe que o personagem faz aquilo porque ele é daquele jeito e você sabia que ele era daquele jeito pela forma como ele foi representado.
Obviamente uma das grandes sacadas da história é justamente essa quebra de paradigmas de personalidades definidas pelas caracterização.
Se é para fazer uma crítica, essa não é uma história que me toca, como A Vida de Jonas e essa falta de conexão com um sentimento do leitor acaba tornando a HQ menor na nossa memória.
Só pra não dizer que eu não falo sinopse das HQs, a história é de três irmãos bem diferentes entre si, que, anos depois da morte do pai, têm que lidar com a parte mais sombria da herança dele: seu assassino. Tem um paralelo bem interessante na construção da história com os três porquinhos e o lobo mau.
Mas é uma baita HQ, muito, mas muito bem projetada em todos os sentidos, tecnicamente perfeita e fácil uma das grandes publicações de 2017.
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