Pantera Negra – resenha do filme
Pra quem se preocupa com spoilers, relaxa, não tem muito spoiler possível para esse filme.
Primeiro porque a Marvel já faz o favor de dar spoiler no trailer da Guerra Infinita, então de cara a gente já sabe que T´Challa e Wakanda estão lá para os próximos filmes.
Fora que assim, quem conhece o esquema Marvel de fazer filmes sabe que eles são focados na diversão e, apesar de ter algumas surpresas, a trama em si sempre é bem previsível, bem básica e sem grandes pretensões de se fingir de complexa.
No geral eu achei o filme um pouco menos grandioso do que eu esperava. Isso é mais uma sensação do que um fato em si. Sei lá, o filme do Thor e dos Guardiões que se passa no espaço me deixaram com esse apetite por cenas amplas e infinitas, e o Pantera é um filme mais contido, focado na crise política em Wakanda seguida da morte do pai do T´Challa em Guerra Civil.
Mas não dá para reclamar. As cenas de ação do filme são sensacionais, a perseguição de carros na Coreia é fantástica, talvez uma das cenas mais com cara de quadrinhos de super-heróis que eu já vi no cinema.
Outro ponto fantástico da produção do filme são os figurinos espetaculares que têm aquele cruzamento de um colorido tribal com algo futurista e toda a concepção visual de Wakanda que é um trabalho de mestre.
Como sempre nos filmes da Marvel os vilões brilham e Andy Serkis está divertidíssimo como Garra Sônica, ele deu uma cara para o personagem que com certeza vai ressoar nos quadrinhos onde o vilão sempre foi meio sem charme e Michael B. Jordan, que foi Tocha Humana naquela versão dos Quarteto que ninguém gosta de lembrar que existe, agora fez Erik Killmonger, um antagonista grandioso até o final.
Um lance legal do Erik Killmonger é a motivação dele, ele é aquele vilão que está lutando pelo que ele acha certo e, por mais que os métodos dele seja cruéis, a causa dele de reparação histórica do povo negro é muito válida.
Aliás no quesito político o filme merece todos os elogios. Tem toda uma discussão relevante sobre negros, sobre a responsabilidade de países mais avançados e várias outras questões que são abordadas com bastante destaque e sem tornar o filme algo chato e panfletário.
Para fechar a questão da representatividade o núcleo feminino do filme tem quase mais espaço e mais relevância que o núcleo masculino e todas as atrizes dão um show o filme todo, principalmente nas cenas de ação.
No geral é isso, é um filme um pouco diferente do que eu pensava, extremamente bem produzido, divertido como todos os demais da Marvel, mas com um conteúdo político-social bem mais relevante, é tudo que eu esperava de um filme do Pantera e da mítica Wakanda.
Ah, o filme tem duas cenas extras e a primeira, sem dúvidas já entrou para a lista de melhores cenas extras dos filmes da Marvel.
Eu ia fechar com um “vai no cinema que vale a pena”, mas vou aproveitar para fazer um adendo que não tem nada a ver com o filme. Os filmes voltaram nessa linha de serem longos e os cinemas, apesar de cobrarem ingressos com preços obscenos de mais de $50 ainda passam de 15 a 20 minutos de comerciais antes dos trailers… então, assim, o filme fica bem legal de ver no cinema, mas se quiser esperar e se poupar porque o dinheiro não está fácil para ninguém dá um tempo e vê em casa. Perde um pouco a magnitude, mas o Pantera é um filme que se sustenta fácil sem toda imensidão do cinema.
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Percepção interessante! Vale a pena assistir? Sim! O gráfico do filme é de cair o queixo, as cenas de ação são muito eletrizantes, os rituais simbolizando as tradições tribais africanas nos transportam para uma realidade totalmente diferente da nossa. As atuações dos atores estão sensacionais, eles incorporaram os papéis de forma magistral, mas entre tantas estrelas, há um nome que roubou corações: Michael B. Jordan (muito talentoso, eu compartilho seu novo projeto, Fahrenheit 451, aqui: os detalhes), na pele de Killmonger, um vilão impossível de odiar, realmente muito cruel sem traços caricatos e exagerados. A forma como a tecnologia foi perfeitamente agregada à cultura africana foi simplesmente incrível. Os efeitos visuais e a agregação do moderno com o antigo foi, sem dúvida, fantástico. Um dos melhores e mais criativos filmes que já li no cinema.