The Ranch – Parte 3
Já falei de The Ranch aqui no site (veja aqui).
Eu sou fã dessa comédia produzida pela Netflix com Ashton Kutcher, Danny Masterson, Debra Winger e Sam Elliott.
É uma série super boba, que basicamente segue uma fórmula bem anos 80/90 de comédia de 30 minutos, com uma produção que a Netflix deve bancar com os trocados que sobram das outras séries de tão vagabunda que é (a série tem 3 cenários que devem ser de papelão e isopor).
Eu não sei exatamente o que me encanta no The Ranch, é previsível, é bobo, é brega, mas eu gosto, gosto muito.
The Ranch pode entrar na categoria comédia mais triste do mundo. Os personagens vivem uma vida honesta, digna demais, mas muito miserável, muito real.
A série retrata o cotidiano de uma família de rancheiros, pequenos criadores de gado, em uma cidade minúscula no coração do EUA.
Como fica claro na terceira temporada, é uma cidade que está morrendo, os negócios estão falindo, os fazendeiros trabalham muito apenas para sobreviver e isso é a série. A vida dessa gente simples, honesta, que trabalha pra caralho e se diverte bebendo, caçando e vendo esportes.
Ashton Kutcher interpreta Colt, que foi uma estrela no colegial como jogador de futebol americano e teve uma carreira como profissional que ele conseguiu destruir pela falta de profissionalismo. Então ele volta para trabalhar no rancho com o pai e o irmão.
O interessante que esse lance de estranhamento ex-estrela vs vida real é o tema só da primeira parte da série. A partir da segunda temporada esse estranhamento é ponto pacífico e Colt já está na vida de trabalho árduo da família.
Sam Elliot, que interpreta o patriarca Beau Bennett, e é a reserva moral da série. Ele é um ator imponente que realmente parece ser aquele rancheiro das antigas, que sobreviveu ao Vietnã, que é quietão, de extrema direita, amante de carnes e das armas. Ele é engraçado por si só, em silêncio, só com o olhar já faz uma ótima cena.
Uma coisa que sintetiza bem a série é a música da abertura, Mammas Don’t Let Your Babies Grow Up to Be Cowboys, música de 73 do Waylon Jennings e Willie Nelson. É uma musica meio triste sobre a vida de cowboy.
Essa é a toada da série, uma comédia meio triste sobre a vida real. É interessante que a Netflix já soltou 3 partes de 10 episódios de 30 minutos cada e as partes sempre acabam em um momento bem triste/tenso, aquele momento que tudo dá errado nos seus planos.
Não sei o que dizer, não vou falar que é uma série boa, mas é um série que sem muito adereço, sem muita produção, sem muita frescura é muito real, passa uma sensação de dia-a-dia, de cotidiano que é gostoso de assistir.
Versão em vídeo da resenha
Abertura da série com música do Willie Nelson